domingo, 30 de maio de 2010

Um pouco de história...




Em 1980, o Doutor Nuno castelo Branco foi nomeado médico-chefe numa construção de uma aeronave promovida pela Air Force Português. O primeiro passo foi a visita às estações de trabalho de todos os trabalhadores para avaliar a natureza dos diferentes riscos ocupacionais, as possíveis situações de emergência que possam surgir e mesmos os tipos de protecção que seriam necessários para os trabalhadores. Estes aviões são postos em testes, em que nestes, os seus motores são postos a trabalhar em todas as velocidades possíveis. Durante um desses testes, o Doutor Nuno Castelo Branco observou um trabalhador começa a andar sem rumo e sem propósito na direcção das turbinas. Um outro colega de trabalho agarra-o pelo braço e o incidente fica por aí. Depois o trabalhador foi questionado sobre o que tinha acontecido, e chegou – se à conclusão que os movimentos involuntários feitos pelo trabalhador foram considerados como de natureza epiléptica.
Um segundo passo, depois de ter observado este acontecimento, foi realizar um levantamento de todos os registos médicos para contar em quantos técnicos já havia sido diagnosticado a epilepsia tardia. A partir daí e ao longo de alguns anos a pesquisa foi sendo realizada, estando resumida seguidamente:


1980 – Foi estabelecido que 10% dos 306 trabalhadores existentes, representavam no seu diagnóstico a epilepsia de inicio tardio;

1984-1988 – Houve a publicação dos primeiros artigos sobre os resultados iniciais do estudo da epilepsia e da hipersensibilidade ao ruído, também conhecida como intolerância ao ruído. Até este momento pensava-se que a doença conhecida como “Doença Vibratória”, era causada pela exposição à vibração/ruído. Estudos feitos por ressonância magnética mostraram anomalias no sistema nervoso central e quatro casos de derrame pleural; Setembro de 1987 – a autópsia a um técnico de avião revela a existência de dois tumores malignos nos rins, espessamento dos vasos sanguíneos e do pericárdio e fibroses pulmonar;

1989-1992 – Realizada outra autópsia, foram identificados espessamentos ao nível dos vasos sanguíneos e do pericárdio e que todos os técnicos da aeronave apresentavam anomalias no pericárdio e nas válvulas cardíacas. Simultaneamente, foram estudadas militares/técnicos/pilotos de helicópteros, e utilizados também ratos para investigar os efeitos que ocorriam no sistema respiratório, na tentativa de explicar os casos de derrame pleural existentes anteriormente;

1993-1999 – Durante uma reunião científica, o termo “Vibroacústica”, foi proposto para esta patologia. Estudos em animais mostraram que o sistema respiratório era a estrutura-alvo contra os ruídos/vibrações que provocavam a patologia, uma que foram identificados anomalias na quantidade de colagénio na traqueia, pulmões e pleura, alterações na capacidade fagocítica das células, e alterações na morfologia/funcionalidade da pleura;

Desde 2000 – exames efectuados a pilotos de aviação civil e tripulantes da cabina, revelaram a existência de outras patologias como a incapacidade da hiperventilação quando na presença de CO2 excessivo, e foram identificados mecanismos de morte celular no pericárdio, o que podia estar relacionados com a grande incidência de doenças auto-imunes. Todos estes exames realizados a pacientes com a patologia em questão, foram identificadas lesões em que havia uma anomalia na quantidade de colagénio.

Adaptado de:
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6TBN-4KJTM7J-7&_user=10&_coverDate=04%2F30%2F2007&_rdoc=1&_fmt=high&_orig=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_searchStrId=1357085229&_rerunOrigin=google&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=8df1c93029dab0054709e3eb837a5891

Filipe Amaral e Nuno Almeida

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Conclusões do nosso projecto

No início do nosso projecto levantamos duas hipóteses: «Será o Helix aspersa um bom bioindicador para futuras pesquisas relacionadas com a DVA?» e «Será a sua glândula digestiva é um bom biomarcador de efeito para o problema em estudo?». Durante todo o ano lectivo desenvolvemos o nosso projecto com o intuito de responder a essas questões.
Tendo em conta o nosso objectivo realizamos várias actividades: saídas de campo para medição sonora nos locais seleccionados com vista à averiguação da presença / ausência de ruídos de baixa frequência; saídas de campo para recolha dos espécimes nos diferentes locais previamente seleccionados (ver postagens: «1ªSaída de Campo», «Saída de Campo para recolha de Helix aspersa no local 3» e «Saída de Campo para recolha de espécimes no local controlo»); extracção das glândulas digestivas; desenvolvimento da técnica histológica para a elaboração de preparações definitivas (ver postagens: «Processo experimental após a extracção da glândula digestiva», «Da Inclusão à Microtomia», «Coloração» e «Montagem - a etapa final»; e análise e quantificação do tecido conjuntivo.
Agora no final do ano lectivo procedemos à análise dos dados adquiridos e à sua comparação. Inicialmente analisamos os gráficos das medições sonoras dos quatro locais, para verificarmos a presença/ausência de RBF’s (ver postagens: «1ª Saída de Campo para medição do som no local 1» e «Saídas de Campo para Medição sonora») e posteriormente analisamos os retículos obtidos através das preparações definitivas de cada local (ver postagens: «Actividades desenvolvidas nas férias», «Actividades desenvolvidas no mês de Abril» e «Análise dos retículos referentes aos locais 1 e 4»). Os resultados obtidos foram muito satisfatórios, pois a nível de medições sonoras tal como esperávamos nos locais 1, 2 e 3 existem RBF’s, logo os espécimes recolhidos estavam expostos ao agente causador da doença e no local 4, aquele que escolhemos como controlo verificamos a ausência de RBF’S. A nível da análise dos retículos das preparações definitivas, os resultados também corresponderam ao esperado, pois como esperávamos os Helix aspersa recolhidos nos locais 1, 2 e 3 possuem uma quantidade de tecido conjuntivo muito superior à de tecido epitelial. A percentagem de tecido conjuntivo varia de local para local, no entanto é sempre superior à de epitelial. No local 4 (controlo) verificamos o contrário, ou seja, a quantidade de tecido epitelial é superior à de conjuntivo.
Tendo em conta os resultados obtidos podemos afirmar que as hipóteses levantadas no inicio do nosso projecto estão correctas, ou seja, o Helix aspersa é um bom bioindicador para futuras pesquisas relacionadas com a DVA e a sua glândula digestiva é um bom biomarcador de efeito para o problema em estudo o que permitirá a intervenção precoce no desenvolvimento da patologia e deste modo pode vir a prevenir os efeitos mais graves desta doença. Sendo assim concluímos o nosso projecto respondendo às duas hipóteses inicialmente levantadas.

Carla Raposo

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Actividades no mês de Maio



Neste mês de Maio irão ser realizadas várias tarefas com vista a finalizar o projecto desenvolvido durante todo este ano lectivo (2009/2010).

Neste mês irá ser realizada a microtomia dos blocos histológicos referentes ao local 3, posteriormente a sua análise microscópica, contagem de retículos e análise dos mesmos. Tal como nos períodos passados, iremos elaborar um relatório, neste caso, o último deste ano lectivo. Um dos principais objectivos do nosso projecto, é a participação na 18ª edição do Concurso Jovens Cientistas e Investigadores, para concretizarmos este objectivo, realizamos um poster científico que contém vários tipos de informação, como por exemplo, os objectivos do projecto, metodologia, discussão, conclusão, entre outros. Por último, iremos elaborar a apresentação final do nosso trabalho à comunidade escolar.




Nuno Almeida.

domingo, 16 de maio de 2010

Análise dos retículos referentes aos locais 1 e 4

Até ao momento a nível das preparações definitivas analisamos apenas os dados referentes aos locais 1 e 4 (ver postagem: «Actividades desenvolvidas no mês de Abril»). Tendo sido os resultados correspondentes muito satisfatórios, pois como esperávamos os Helix aspersa recolhidos no local 1, no qual estão sujeitos aos RBF’s de elevada intensidade possuem uma quantidade de tecido conjuntivo muito superior à de tecido epitelial. O que nos permite concluir que a exposição a estes RBF’s provocou nos Helix aspersa um maior desenvolvimento do tecido conjuntivo.
No local 4 (controlo) esperávamos que os espécimes possuíssem uma maior quantidade de tecido epitelial do que de conjuntivo. Pois como foi comprovado pelas medições sonoras nesse local não existem infra-sons e os restantes RBF’s não possuem valores em dB suficiente para que possam causar algum efeito no organismo (ver postagem: «Saídas de Campo para Medição Sonora»). Através da análise dos gráficos obtidos, após a análise das preparações definitivas das glândulas digestivas, referentes aos espécimes deste local, podemos concluir que tal como esperávamos a percentagem de tecido epitelial é muito superior à de conjuntivo.
Em suma o dados obtidos permitem-nos chegar à conclusão de que nestes locais as hipóteses levantadas no inicio do nosso projecto estão correctas, resta-nos agora proceder à análise dos dados referentes aos dois outros locais de modo a tirarmos conclusões e podermos finalizar o nosso projecto.


Carla Raposo e Tiago Costa